O fazendeiro de 71 anos, que inicialmente teria sido baleado na cabeça durante uma tentativa de assalto na noite de terça-feira (4), na MS-382, em Bonito, na verdade foi atingido por um disparo de espingarda efetuado pelo próprio filho, após uma discussão familiar. A própria vítima orientou o filho a inventar o suposto roubo para evitar que ele fosse responsabilizado.

A Polícia Civil foi acionada para apurar um suposto assalto na área rural da cidade, mas, durante as diligências, surgiu a informação de que o caso estaria relacionado a uma briga entre pai e filho. Confrontado, o homem de 36 anos confessou o conflito familiar.

Segundo o relato, após troca de ofensas, o idoso deixou a propriedade em uma caminhonete. Tomado pela raiva, o filho pegou uma espingarda calibre 12, registrada em nome do pai, e disparou. Ele afirmou que não pretendia atingi-lo, apenas extravasar a fúria. No entanto, um dos estilhaços atingiu o veículo e acabou ferindo o homem na cabeça.

“Apenas um chumbinho da munição atingiu o carro. E como foi de longe, provavelmente já chegou sem muita força. Não teve força para entrar na cabeça, ficando alojado entre a pele e o crânio”, explicou o delegado Pedro Guimarães, responsável pela investigação.

Ao perceber o ferimento, o autor correu até o pai e pediu ajuda a um funcionário da fazenda, que o levou ao hospital em Jardim. No caminho, segundo o filho, o idoso pediu que fosse relatada uma tentativa de roubo à polícia, para encobrir o verdadeiro motivo do disparo.

Ainda de acordo com o depoimento, o rapaz queria contar a verdade, mas foi convencido por familiares a manter a versão falsa. A espingarda usada no disparo foi localizada em uma fazenda vizinha, após uma testemunha informar que o próprio pai havia pedido para escondê-la.

Durante as diligências, a polícia apreendeu a arma de fogo e o celular do filho. Ele demonstrou colaboração com a investigação e acompanhou os policiais até a Delegacia de Bonito para prestar depoimento, junto com o funcionário que prestou socorro ao idoso.

O rapaz deve responder por disparo de arma de fogo e lesão corporal.

Crédito Campo Grande News