Líderes de 23 aldeias indígenas da etnia Xavante, do Mato Grosso, am uma carta endereçada ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiando as ações terroristas que aconteceram no centro de Brasília na noite da última segunda-feira (14), decorrentes do mandado de prisão executado contra líder bolsonarista e pastor evangélico autointitulado Cacique Sererê, da mesma etnia.

A carta foi lida pelo cacique Suptó Xavante em um vídeo feito junto aos demais líderes para dar visibilidade ao documento. “Não compactuamos com as manifestações antidemocráticas em protesto contra o resultado das eleições presidenciais. Acreditamos na lisura do sistema eleitoral brasileiro. (…) Nossa história mostra que combatemos atividades ilícitas dentro de nosso território. Portanto, repudiamos as manifestações feitas essa semana por um grupo pequeno de indígenas em Brasília”.

Além de Lula, a carta também é endereçada ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, alvo frequente dos discursos de ódio proferidos por Tserere no palanque do acampamento bolsonarista montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

Informações Congresso em foco

Cacique bolsonarista é dono de puteiro e traficante, denuncia ex-governador do MT e JP

Reportagem da Jovem Pan e do site DCM mostra que oindígena que foi pivô do vandalismo em Brasília na noite de segunda, dia 12, o indígena José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, tem uma história controvertida.

O cacique convocou manifestantes armados a agirem para impedir a diplomação dos eleitos. A prisão temporária de dez dias partiu da PGR e foi determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. “A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou Moraes.

Os delinquentes revoltados com a prisão destruíram ao menos oito carros e dois ônibus estacionados próximos à sede da Polícia Federal. Outros veículos estacionados em frente a um shopping, lojas de conveniência e postos de gasolina também foram vandalizados.

Ídolo da extrema-direita, recebido por Bolsonaro no Palácio da Alvorada, Serere Xavante é natural de Poxoreu, em Mato Grosso. É pastor evengélico, filiado ao Patriotas, teve apenas 689 votos e não foi eleito.

“Ele é dono de prostíbulos e traficante”, disse ao DCM um ex-governador do MT. Após a prisão, Serere gravou um vídeo na PF mandando os bolsonaristas irem para casa. “É uma ordem”, falou, milagrosamente sem o sotaque que sempre teve.
Já matéria veiculada pela rádio Jovem Pan mostra que José Acácio Serere Xavante realmente já foi detido anteriormente por tráfico de drogas. A emissora declaradamente bolsonarista diz que a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) negou que ele tenha relação com a entidade. De acordo com a Jovem Pan, o cacique bolsonarista não representa a etnia Xavante, mas apenas um grupo do povo indígena.

Informações Jovem Pan